quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Itaguaí entra na Justiça contra aterro sobre aquífero



A Prefeitura de Itaguaí vai entrar na Justiça para tentar impedir o licenciamento de aterro sanitário sobre o Aquífero Piranema, alegando que o terreno é do município.




De acordo com o procurador da cidade, Alexandre Oberg, a propriedade da área cedida ao Centro de Tratamento de Resíduos de Santa Rosa está sendo discutida judicialmente desde 1996, quando Seropédica se emancipou de Itaguaí.

O processo, que está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda não foi concluído, mas a Câmara de Vereadores de Seropédica aprovou, há quase dois anos, alteração na lei orgânica do município para viabilizar a criação do aterro.

O prefeito de Itaguaí, Carlos Busatto Júnior, ressalta que o local é totalmente inadequado para a instalação de um lixão.

“O aterro ficaria em cima do terceiro maior aquífero do Rio, que é uma reserva de água potável estratégica para o estado. Uma contaminação ali seria um dano ambiental irreparável de grandes consequências. Por isso, a Prefeitura de Itaguaí é totalmente contra o projeto”, enfatizou.

“O aterro é útil e necessário, mas não nesse local. Seropédica tem outros terrenos disponíveis e tecnicamente mais adequados para esse empreendimento”, defendeu Charlinho.

Segundo o prefeito, a população do município seria a mais afetada caso houvesse um vazamento que contaminasse o aquífero, já que seu fluxo segue em direção a Itaguaí. A Prefeitura ainda não recebeu o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) da empresa que será responsável pela instalação do aterro, e a população do município não foi consultada sobre o projeto.

Uma audiência pública para discutir o assunto chegou a ser iniciada, na quarta-feira, em Seropédica, mas acabou não acontecendo. Cerca de 300 manifestantes, com faixas e cartazes, gritando palavras de ordem, entraram no auditório impedindo o debate. Depois de 40 minutos de protesto, a audiência foi suspensa.

Fonte: O Dia
MANIFESTO POPULAR - “Fica 27º BPM”

Entidades e população de Itaguaí promovem movimento pró 27º BPM



A Liga Internacional de Assistência aos Direitos Humanos, LIADH, que tem em sua presidência o atuante Frederico Goulart, está encabeçando, em favor de toda a comunidade de Itaguaí, o importante e responsável movimento intitulado “Fica 27º BPM”, que tem como principal objetivo a permanência deste comando policial à frente do policiamento ostensivo e preventivo que vem sendo realizado na cidade de Itaguaí.

Segundo o Presidente Frederico Goulart, o movimento espontâneo foi criado a partir de notícias que dão como certa nova mudança de comando do policiamento municipal, por parte da Secretaria de Estado de Segurança Pública, que gostaria de ver Itaguaí, outra vez, sob a tutela do 24º BPM. “Com quais interesses será promovida esta substituição de troca de comando? A população demonstra satisfação com o trabalho policial que vem sendo realizado pelo 27º BPM. Basta perguntar aos moradores sua preferência sobre o tema”, indagou a liderança do Movimento, Frederico Goulart, que ainda foi além: “Nosso intuito é pela permanência do 27º BPM por vários motivos óbvios do bom convívio entre a força policial que se faz presente e a sociedade civil organizada, como relatórios estatísticos que nos apresentam provas evidentes dos baixos índices de registros policiais e da criminalidade sob o comando do 27º BPM e o fato de que a maioria do efetivo policial do Batalhão de Santa Cruz habita em Itaguaí, o que lhes oferece a realidade do dia-a-dia vivido na cidade, conhecendo seus principais problemas e seus focos, além de uma série de outras evidências favoráveis positivas à sua manutenção nos serviços policiais executados pelos agentes policiais desta corporação”, contabi-lizou gestos pró 27º BPM, Frederico Goulart.

O LIADH, com o apoio de várias outras entidades que atuam em Itaguaí, vem recolhendo assinaturas que constarão de um futuro abaixo-assinado que futuramente será enviado ao Secretário de Segurança Pública, Beltrame; ao Prefeito de Itaguaí, Charlinho, solidário à causa; e ao Ministério Público local.

O Movimento “Fica 27º BPM” organizou manifesto público em forma de uma carreata, com cerca de 400 veículos participando do ato, pedindo às autoridades a manutenção do comando do policiamento de Itaguaí nas seguras mãos do 27º Batalhão de Polícia Militar.

Nesta terça feira (14 de abril) estará sendo recolhida assinaturas para o abaixo-assinado, o local será no calçadão de itaguaí durante todo o dia. Se você é a favor da permanência do 27º BPM nao deixe de participar.

domingo, 27 de setembro de 2009

Coluna do presidente


Notícias da cidade de Itaguaí




ESPORTE:

PREPARAÇÃO
Após a conquista do título da Segunda Divisão Carioca da modalidade, o Itaguaí Rugby voltou a disputar um campeonato e terminou na quarta colocação. O time entrou em campo na segunda edição do UFF Sevens, competição que conta com sete jogadores em cada time. A disputa aconteceu no domingo (20), no Campus da UFF, em Niterói.
Participaram 12 times e no primeiro dia, ainda na fase de grupos, o Itaguaí perdeu o primeiro jogo para o Neverland, por 12 a 7, mas terminou em primeiro lugar, vencendo o M19, de Niterói, por 5 a 0; e o Calx-Cis, por 14 a 0.
Contudo, o time enfrentou a Poli/USP, de São Paulo, na semifinal, e perdeu por 12 a 0. Na disputa do terceiro lugar Itaguaí voltou a ser derrotado, desta vez para o UFF, por 24 a 0. O time continua seus treinamentos no campo em frente à Casa da Moeda, na Zona Industrial de Santa Cruz, aos domingos, das 13h às 17h.



Educação:

As secretárias de Educação e de Cultura do estado, Tereza Porto e Adriana Rattes, promoveram na tarde de terça-feira (22) uma reunião para discutir com diretores e coordenadores pedagógicos a implantação do projeto Núcleo de Cultura nas Escolas। A iniciativa prevê a criação de espaços de convívio nas unidades escolares, com o objetivo de promover e democratizar a cultura, valorizando também os projetos já existentes nas instituições. O projeto piloto será lançado em 12 colégios da rede estadual. No dia 30 de outubro o projeto chega ao Ciep Mário de Andrade, em Santa Cruz; e ao Colégio Estadual Clodomiro Vasconcelos, em Itaguaí.

Cada núcleo será equipado com livros, CDs, DVDs de filmes de ficção e documentários, além de equipamentos multimídia para o desenvolvimento de projetos em diversas áreas, como leitura, cultura digital, linguagem audiovisual, educação ambiental, artes visuais, artes cênicas, música, dança, memória, gastronomia e moda. Os núcleos também ganharão vida com cursos, oficinas, palestras e visitas guiadas, entre outras atividades, organizadas por dois gestores - um animador cultural e um representante da comunidade escolar, seja ele professor, aluno ou pai de aluno.
Os núcleos vão receber a Olimpíada de Jogos Digitais e Educação (OJE). A Olimpíada é uma competição virtual que associa jogos digitais a conteúdos educacionais e foi projetada para alunos do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio.


Itaguaí pode virar Região Metropolitana

CRESCIMENTO

Os dias podem estar contatos para o município de Itaguaí no que se refere à sua inserção no contexto geopolítico econômico do estado. Mudança nesse sentido está sendo apresentada na Assembleia Legislativa (Alerj) pelos deputados Pedro Fernandes e Paulo Ramos. A idéia dos parlamentares é inserir a cidade na chamada Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O projeto foi aprovado em primeira discussão, na Alerj, na quarta-feira (23).
Caso se confirme, será alterada a lei complementar 87/97, que dispõe sobre a composição, organização e gestão da região. Para os autores do projeto, a alteração busca adequar a delimitação à realidade socioeconômica do município, atualmente pertencente à Costa Verde. “A região tem sua economia ancorada na vocação turística, o que não ocorre com Itaguaí, que, cada vez mais, se solidifica como um pólo empresarial, focado em atrair este tipo de investimento”, diz um trecho da justificativa assinada pelos parlamentares. O texto ainda voltará em segunda discussão.


Movimento Fica 27º BPM invade Rio-Santos
POLÍCIA
Manifestantes fecham pista da rodovia para protestar contra ameaça de transferência do policiamento
Cerca de 900 moradores de Itaguaí fecharam a pista da Rodovia Rio-Santos, na terça-feira (22), em protesto contra a retirada do território da cidade da área de abrangência de policiamento do 27º BPM (Santa Cruz) e sua transferência para os limites do 24º BPM (Queimados), conforme previsão anunciada para esta semana. A mobilização foi liderada principalmente por motoboys e motoristas de vans e kombis do transporte alternativo. “O pessoal está aqui há bastante tempo fazendo um bom trabalho, não há necessidade de mudar agora. Em time que está ganhando não se mexe”, reclama o mototaxista José Carneiro da Costa.
Organizador do movimento, Frederico Goulart, alega que a distância entre a cidade e o batalhão é o principal questionamento da população. “A distância é grande e dificulta muito para o cidadão registrar ocorrências”, explicou Frederico, que é presidente da Liga Internacional de Assistência aos Direitos Humanos (Liadh).
O presidente da Liadh deixou claro que a sociedade não vai aceitar a mudança passivamente। “Há cinco meses tomamos conhecimento da mudança e fizemos um abaixo assinado. Recolhemos oito mil assinaturas e levamos ao Governo do Estado e à Secretaria de Segurança Pública. Agora, fomos pegos de surpresa. A população se revoltou”, disse. “Não imaginei que a população estivesse tão exposta. Esperamos que a vontade popular prevaleça”, concluiu.

Fonte: Jornal Atual

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Lei que libera bailes funk em comunidades do Rio é sancionada




Lei que libera bailes funk em comunidades do Rio é sancionada

Funk também passa a ser definido como movimento cultural.
Textos foram publicados no Diário Oficial desta quarta (23).


O funk agora é, por definição da lei, movimento cultural. A informação está no Diário Oficial desta quarta (23), que também confirma a sanção de outra lei, a de número 5.544/09, que revoga o texto que criava normas para a realização de eventos como raves e bailes funk em comunidades do Rio.

A lei revogada era de autoria do deputado cassado Álvaro Lins, ex-chefe de polícia no governo de Rosinha Garotinho, e foi aprovada no dia 27 de maio de 2008.

A primeira lei (5.543/09) é de autoria dos deputados Marcelo Freixo (PSol) e Wagner Montes (PDT). Segundo a assessoria da Alerj, o texto afirma que os assuntos relativos ao funk agora passarão a ser tratados, prioritariamente, pelos órgãos de cultura do estado.

Marcelo Freixo também é o autor da segunda lei, desta vez em parceria com o deputado Paulo Melo (PMDB).




" O povo tem a força só precisa descobrir"

Fonte:G1

sábado, 19 de setembro de 2009

Entrevista de estréia para o Blog da JS Itaguaí com o Presidente Estadual da JS/PDT do Rio de Janeiro – Everton Gomes

Data: 19 de setembro 2009



BLOG/ Como você avalia a JS na sua gestão?

Everton: Sou suspeito, mas a avaliação é bastante positiva. Dentro dos princípios que nós buscamos de construir uma organização de luta em defesa dos direitos da juventude e dos mais humildes. Esta foi uma gestão de reorganização, estabelecemos um calendário de reuniões e atividades. Depois de muitos anos o Diretório Estadual da JS voltou a ser reunido mensalmente. Iniciamos um processo de capacitação política dentro das reuniões do diretório. Conseguimos retornar com força para o movimento estudantil. Nós militantes da JS em parceria com o Movimento Reinventar tivemos participação decisiva em várias entidades estudantis do Estado e hoje fazemos parte da gestão das principais. Avançamos no campo da democratização da informação, a nossa "J" tem hoje uma dinâmica de interatividade muito boa, o nosso blog esta no ar divulgando nossas atividades, inovamos em segmentos como o LGBT e o de Juventude Negra, enfim, teve muita coisa. Isso foi possível com o apoio e a colaboração de vários companheiros e de toda a direção.

BLOG/ Qual dos segmentos da JS mais dá orgulho?

Everton: Olha orgulho?!Talvez do ME, mas não é um orgulho qualquer... É um orgulho de quem viveu e vive este movimento. Tenho neste movimento um sentimento especial. E posso afirmar que nesta gestão foi o movimento que mais conseguimos estruturar e hoje consolidamos também o Movimento Reinventar, no qual se unem companheiros do PDT/JS e também estudantes sem vinculação partidária que desejam o avanço da educação de qualidade e para todos no nosso país.

BLOG/ A JS formou novos quadros nestes 2 anos do seu mandato?

Everton: A gestão que esteve a frente das mobilizações da JS nestes últimos dois anos formou sim muitos quadros político. Mas esta formação foi ancorada em duas questões, uma a Luta política em si, nas atividades, nas ruas, no movimento. A outra o esforço de capacitação que procuramos desenvolver com exposição de vídeos, debates, palestras e mesmo as reuniões. Hoje, podemos afirmar que os quadros da JS do Estado do Rio estão entre os mais combativos e capacitados no país. Conseguimos eleger vereadores, temos dirigentes em entidades estudantis, temos membros que atuam no campo nacional do partido, outros que fazem parte das direções do Estado, e também em vários municípios. Com certeza conseguimos formar bons quadros.




BLOG/ Sabe-se que o PDT é um partido de esquerda. Como foi a atuação da JS nos seguimentos sociais?

Everton: Como eu já disse antes, tivemos uma participação boa no campo do movimento social. Nós temos uma boa base no segmento de articulação de jovens negros, ocupamos bem o movimento estudantil, temos quadros no movimento LGBT e participamos das conferências de juventude, LGBT, de educação. Creio que podemos avançar ainda mais, porém neste momento fizemos um bom trabalho de reestruturação.

BLOG/ A JS teve apoio dos parlamentares do partido neste mandato?

Everton: Sim tivemos. Muitos companheiros nos auxiliam nesta caminhada de luta pela juventude. Claro que nossa organização é plural e apóia todos os companheiros do PDT. Mas, alguns companheiros tem uma maior aproximação com a JS, posso citar os casos do Deputado Brizola Neto, do Vereador Felipe Peixoto em Niterói, do nosso Vice-Presidente Estadual da JS o Vereador Professor Pierre, os outros vereadores que fazem parte da JS, no Rio tem o Vereador Leonel Brizola Neto, e, claro a Direção do partido. Em especial a companheira Elma La fuente, o Maneschy, o Lupi, a direção da FLB_AP e muitíssimos outros. Em Campos tem o Deputado Arnaldo Vianna que ajuda muito lá os garotos, ou seja, bastante gente ajuda.

BLOG/ A JS apóia a liberação dos bailes funkes no estado do Rio de Janeiro?

Everton: Esta é uma bandeira que abraçamos completamente. O Funk é uma expressão popular da juventude. É um movimento cultural saído das comunidades carentes principalmente do Rio, mas que hoje se espalha por todo o Brasil. Durante os finais de semana milhares de jovens se reúnem pra curtir os Bailes, isto gera trabalho, emprego, as letras passam mensagens que retratam a realidade brasileira. Olha que letra linda: “Eu só quero é ser Feliz e andar tranquilamente na favela onde eu nasci", outra bem bonita é: “Liberdade pra todos nós!” Claro como todo movimento de massa tem também problemas, mas a prática que nosso estado vem adotando de criminalizar o funk é absurda! O samba e a capoeira também já foram criminalizados em alguns períodos e hoje são grandes retratos para o mundo do nosso espírito alegre, de um povo construído por várias raízes étnicas, que deseja a paz e a liberdade, que quer melhores condições de vida. Nossa juventude não pode ser tolhida de sua liberdade de expressão..a cultura deve ser livre..o funk é cultura urbana, cultura de massa , cultura do nosso povo da nossa gente e da nossa juventude.

BLOG/ A JS esta caminhando junto ao APAFUNK?

Everton: Com certeza. Eu tive a oportunidade de conhecer o MC' Leonardo que hoje dirige a APAFUNK. Ele é um jovem batalhador fantástico, um fã do Darcy Ribeiro. Nós da JS estivemos representados nas audiências que debateram a liberação do Funk, você mesmo é um quadro da nossa juventude que trouxe este debate pra dentro da nossa organização. È importante apoiarmos a organização popular. Esta entidade nova, a APAFUNK, que reúne os trabalhadores do funk carioca, fluminense tem de nós uma ótima impressão e no que for preciso apoio. Eles realizam rodas de funk que discutem cultura e a política aplicada no nosso estado. Terão nosso apoio no que precisarem.

BLOG/ Outro movimento que vem despertando a massa é o “Petróleo Tem Que Ser Nosso”. Como você e a JS atuam no assunto Pré-Sal?

Everton: Eu atuei mais na condição de orientador da nossa Juventude. No nosso partido o primeiro núcleo de divulgação disto foi lançado pela JS. Temos enviado representantes nas reuniões de organização do movimento junto das demais entidades e movimentos do campo social. Temos ajudado a divulgar o filme e as cartilhas, assim como debater as importantes questões ligadas a este verdadeiro tesouro do nosso povo que é o pré-sal ou como prefiro chamar Petróleo Marítimo Brasileiro. Nosso ex-presidente o Deputado Brizola Neto é hoje um dos quadros que mais se destaca neste debate, ele acaba de ser escolhido pra presidir a comissão que deve criar a nova estatal brasileira que vai cuidar deste patrimônio de nossa gente. Temos que levar o debate sobre este tema ao conhecimento de toda a juventude, nas escolas, nas universidades, junto co os funkeiros, a garotada do LGBT, os jovens negros, a rapaziada da cultura..enfim..este é o tema mais importante do cenário político neste momento e nós temos o compromisso de construir junto com o movimento social esta luta em defesa do pré-sal. Sarney representa o que há de pior em termo de política em âmbito nacional.


BLOG/ Como a JS/ PDT se colocou com relação ao Movimento: 'FORA SARNEY"?

Everton: Defendemos o Fora Sarney! Através da Direção estadual recolhemos assinaturas e fizemos algumas manifestações cobrando o Fora Sarney. A galera da JS do Rio esteve inclusive em manifestações no Congresso Nacional exigindo o Fora Sarney. Aliás é FORA SARNEY! FORA CABRAL!

BLOG/ Como você já disse que apóia o “Fora Cabral”, pergunto-lhe como a JS atuará num eventual apoio do PDT a candidatura do Sergio Cabral?

Nossa posição é contra Cabral. Precisamos constituir no nosso estado um amplo arco de aliança no campo de esquerda. Não dá pra nacionalmente fazermos parte de um governo que avança o governo Lula e no nosso estado ficar junto do cara que é inimigo da educação e da juventude. O Cabral já deixou claro que seu lado não é o lado do povo. Ele é representante de interesses que são diferentes dos que defendemos. O Brizola nos ensinou a ficar do lado do povo brasileiro e mostrou todos os dias de sua vida que o PDT e os Trabalhistas deveriam combater os inimigos do Povo. O Cabral é inimigo do povo, dos servidores, dos professores, vc viu como ele trata os professores?È com bala de borracha e bomba, você viu como ele trata a juventude pobre? É com tiro e polícia, Você viu como ele trata os médicos? É dizendo que eles são vagabundos, então não dá. Cabral Não! FORA CABRAL! Esta vai ser nossa luta, nossa posição. Tenho certeza que conseguiremos construir uma alternativa pro Rio, uma alternativa do campo progressista.


BLOG/ Para finalizar esse bate papo, deixe uma mensagem para a juventude plugada no blog.

Everton: A mensagem que deixo pra toda a juventude de Itaguaí e para os demais companheiros que estão plugados no blog é que nunca deixem de lutar. Precisamos que nosso país melhore muito ainda, e sem a união de toda a juventude isso não se tornará possível. Utilizem os meios necessários pra se informar, pra discutir política. A internet é uma ferramenta revolucionária vocês deve usa-lá bastante. Construam redes sociais, blogs, usem: orkut, twitter... Façam debates, vão para as ruas, lutem sempre por aquilo que acreditam e busquem uma sociedade melhor para todos. Contem com meu apoio para fazer com que a JS de Itaguaí se torne uma "J" forte..combativa e de luta. Um grande abraço e saudações brizolistas. Espero vê-los nas nossas atividades que estão chegando, nosso congresso estadual e o nacional. Lá poderemos discutir juntos caminhos pro nosso estado, pra sociedade e pra juventude brasileira.

BLOG/ JS/PDT da Cidade de Itaguaí agradece ao presidente da JS/PDT do estado do Rio de Janeiro, companheiro Everton Gomes pela entrevista ao Blog da JS/PDT de Itaguaí – RJ pedindo que nos diga o que você achou do blog e da entrevista?

Everton: Achei muito legal. Iniciativas como a de vocês ajudam a divulgar o trabalho que a JS vem realizando no Estado. Os blogs como disse são boas ferramentas pra apresentarmos a política pra juventude. Podem contra sempre comigo. Agradeço a oportunidade que me deram de falar. Um abraço.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Carta Testamento do Presidente Getúlio Vargas!


A Carta Testamento do Presidente Getúlio Vargas!

"Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." (Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)

Darcy Ribeiro


Darcy Ribeiro ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Darcy_Ribeiro )é uma das poucas personalidades que gostaria de ter conhecido. Não em razão dos cargos que ocupou, mas em virtude dos livros que nos legou. E foram tantos e tão bons que é difícil escolher um para resenhar. Após uma criteriosa seleção, o premiado foi O POVO BRASILEIRO (Companhia das Letras, 2060).


Logo na introdução, Darcy Ribeiro desfaz o mito da integração racial pacífica. Segundo ele a unidade nacional resultou de “...um processo continuado e violento de unificação política, logrado mediante um esforço deliberado de supressão de toda identidade étnica discrepante e de repressão e opressão de toda tendência virtualmente separatista.” Portanto, esqueça todas as belas e possivelmente inverídica palavras que você já leu sobre este país. O Brasil não foi palco nem de uma farsa, nem de uma comédia, mas de uma tragédia.


Por baixo da aparente “...uniformidade cultural brasileira, esconde-se uma profunda discrepância, gerada pelo tipo de estratificação que o processo de formação nacional produziu. O antagonismo classista que corresponde a toda estratificação social aqui se exacerba, para opor uma estreitíssima camada privilegiada ao grosso da população, fazendo as distâncias sociais mais intransponíveis que as diferenças raciais.”


Em razão deste processo “...as elites dirigentes, primeiro lusitanas, depois luso-brasileiras e, afinal, brasileiras, viveram sempre e vivem ainda sob o pavor pânico do alçamento das classes oprimidas.” O Brasil não é um país de oportunidades. A mobilidade social é praticamente inexistente. “O mais grave é que esse abismo não conduz a conflitos tendentes a transpô-lo, porque se cristalizaram num ‘modus vivendi’ que aparta os ricos dos pobres, como se fossem castas e guetos. Os privilegiados simplesmente se isolam numa barreira de indiferença com a sina dos pobres, cuja miséria repugnante procuram ignorar ou ocultar numa espécie de miopia social, que perpetua a alteridade. O povo massa, sofrido e perplexo, vê a ordem social como um sistema sagrado que privilegia uma minoria contemplada por Deus, à qual tudo é consentido e concedido.”


Um exemplo claro de como as desigualdades originais ainda ecoam e são reforçadas na sociedade brasileira pode ser visto todos os dias nos telejornais. Se alguém da classe rica morre a cobertura jornalística é intensa, dramática e individualiza detalhadamente a vítima. O morto tem direito à uma história, sua perda é lamentada em função daquilo que ainda estaria em condição de realizar.


Quando os pobres são abatidos como moscas nos conflitos entre policiais e traficantes a imprensa relata apenas o que considera essencial: “conflito no morro do Alemão fez 19 vitimas”. Recentemente, no horário nobre, a Rede Globo despretensiosamente assumiu a versão de que “todos os 19 mortos no morro do Alemão eram criminosos”. Ao contrário do janota, os pobres não têm história. E apesar da CF88 prescrever que todos são iguais perante a Lei, a imprensa nega aos pobres brasileiros o direito de serem considerados honestos, processados e condenados pelo Poder Judiciário ao invés de abatidos como animais. A mídia transforma a pobreza em crime e reforça esta idéia nos expectadores pobres.


No primeiro capítulo, Darcy nos dá um panorama do Novo Mundo. E nos diz o que poucos tem dito “...só temos o testemunho de um dos protagonistas, o invasor. Ele é quem nos fala de suas façanhas. É ele também, quem relata o que decidiu aos índios e negros, raramente lhes dando a palavra de registro de suas próprias falas. O que a documentação copiosíssima nos conta é a versão do dominador.”


No segundo capítulo, o autor trata da gestação ética, ou seja, do processo de fusão da matrizes indígena, negra e lusitana. “Custando uma quita parte do preço de um negro importado, o índio cativo se converteu no escravo dos pobres, numa sociedade em que os europeus deixaram de fazer qualquer trabalho manual. Toda tarefa cansativa, fora do eito privilegiado da economia de exportação, que cabia aos negros, recaía sobre o índio.” É interessante notar que a legislação colonial proibia expressamente a escravização do gentio. Mas então como agora os privilegiados não eram lá muito legalistas.


À medida que os portugueses faziam filhos nas negras e índias, uma nação de mestiças foi sendo criada. “Os brasilíndios ou mamelucos paulistas foram vítimas de duas rejeições drásticas. A dos pais, com quem queriam identificar-se, mas que os viam como impuros filhos da terra, aproveitavam bem seu trabalho quando meninos e rapazes e, depois, os integravam a suas bandeiras, onde muitos deles fizeram carreira. A segunda rejeição era do gentio materno. Na concepção dos índios, a mulher é um simples saco em que o macho deposita a semente. Quem nasce é o filho do pai, e não da mãe, assim visto pelos índios. Não podendo identificar-se com uns nem com outros de seus ancestrais, que o rejeitavam, o mameluco caía numa terra de ninguém, a partir da qual constrói sua identidade de brasileiro.”


Nem todas as tribos indígenas tiveram o mesmo destino. Algumas foram exterminadas em razão de serem hostis. Outras fugiram para o interior. Outras, ainda, foram desmanteladas nos descimentos. À medida que o gentio do litoral se tornava escasso, os colonos e seus mamelucos capturavam índios das mais diversas origens culturais e lingüísticas no interior e os reuniam em grandes aldeamentos próximos ao litoral onde ficavam à disposição para serem escravizados e catequizados. Mas alguns “...grupos tribais, ainda que conscritos à economia colonial, lograram manter certa autonomia na qualidade de aliados dos brancos para suas guerras contra outros índios. O relevante neste caso é que, em lugar de amadurecerem para a civilização - passando progressivamente da condição tribal à nacional, da aldeia à vila, como supuseram tantos historiadores - , esses núcleos autônomos permaneceram irredutivelmente indígenas ou simplesmente se extinguiram pela morte de seus integrantes.”


Algum tempo depois de consolidar a ocupação do litoral, os portugueses começaram a trazer os negros africanos para a lida nos engenhos de açúcar. “A diversidade lingüística e cultural dos contingentes negros introduzidos no Brasil, somada a essas hostilidades recíprocas que eles traziam da África e à política de evitar a concentração de escravos oriundos de uma mesma etnia, nas mesmas propriedades, e até nos mesmos navios negreiros, impediu a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano.” Portanto, o processo de destruição das culturas indígenas e negras foi bastante semelhante.


Ribeiro descreve em detalhes o empreendimento colonial. “A empresa escravista, fundada na apropriação de seres humanos através da violência mais crua e de coerção permanente, exercida através dos castigos mais atrozes, atua como uma mó desumanizadora e deculturadora de eficácia incomparável. Submetido a essa compressão, qualquer povo é desapropriado de si, deixando de ser ele próprio, primeiro, para ser ninguém ao ver-se reduzido a uma condição de bem semovente, como um animal de carga; depois, para ser de outro, quando transfigurado etnicamente na linha consentida pelo senhor, que é a mais compatível com a preservação dos seus interesses.”


Apoiado em vasta literatura, Darcy Ribeiro informa que o “...tupi foi a língua materna desses neobrasileiros até meados do século XVIII.” Sobre o nome Brasil esclarece que velhas “...cartas do mar oceano traziam registros de uma ilha Brasil referida provavelmente por pescadores ibéricos que andavam a cata de bacalhau...”. Portanto, não foi o Pau Brasil que deu o nome ao país. O mais provável é que os habitantes da terra que utilizavam o nome Brasil o tenham atribuído à arvore que constituiu a primeira grande matéria prima extraída do Novo Mundo.


Apesar da carência de registros genuinamente indígenas (ou seja, produzidos pelos índios), o autor sustenta que “...o Brasil é a realização derradeira e penosa dessas gentes tupis, chegadas à costa atlântica um ou dois séculos antes dos portugueses, e que, desfeitas e transfiguradas, vieram dar no que somos: latinos tardios de além-mar, amorenados na fusão com brancos e com pretos, deculturados das tradições de suas matrizes ancestrais, mas carregando sobrevivências delas que ajudam a nos contrastar tanto com os lusitanos.”


A tese de Dacy Ribeiro se coaduna com a toponímia tupi que foi preservada pelos brasileiros. Quase todos os nomes das localidades, rios, acidentes do terreno, etc. na costa ou próximo da costa são de origem Tupi. Quando subiram a serra através dos “peabirús” (caminhos de índio que já existiam antes de 1500) os portugueses chegaram a “Piratininga“, aldeamento provisório próximo aos rios “tietê” e “tamanduateí”.


Sempre bastante cuidadoso o autor afirma que o “...surgimento de uma etnia brasileira, inclusiva, que possa envolver a gente variada que aqui se juntou, passa tanto pela anulação das identificações étnicas de índios, africanos e europeus, como pela diferenciação entre as várias formas de mestiçagem, como os mulatos (negros com brancos), caboclos (brancos com índios) e curibocas (negros com índios).”


O nascimento da consciência brasileira remonta a Gregório de Matos (1633-1696). Os textos de Anchieta, Nóbrega e outros letrados foram desconsiderados porque eles se identificavam mais com a etnia do colonizador do que com a gente da terra. Já Gregório de Matos zombava da nobreza baiana usando uma perspectiva que o aproximava mais dos habitantes nativos.


“A historieta clássica, tão querida dos historiadores, segundo a qual os índios foram amadurecendo para a civilização de forma que cada aldeia foi se convertendo em vila, é absolutamente inautêntica.” Segundo Darcy Ribeiro o “...índio é irredutível em sua identificação étnica, tal como ocorre com o cigano ou com o judeu. Mais perseguição só os afunda mais convictamente dentro de si mesmos.” Sendo assim, a incorporação dos índios ao patrimônio nacional “...só se faz no plano biológico e mediante o processo, tantas vezes referido, de gestação de mamelucos, filhos do dominador com as mulheres desgarradas de sua tribo, que se identificavam com o pai e se somavam ao grupo paterno.”


Um pouco mais adiante o autor dá detalhes escabrosos do tráfico negreiro. O contingente de negros incorporados ao empreendimento colonial era 30.000 em 1600; quantia esta que subiu para 1.500.000 em 1800. Darcy Ribeiro frisa, entretanto, que é difícil quantificar o total de negros que foram trazidos ao Brasil. Mas alerta que “...os concessionários reais do tráfico negreiro tiveram um dos negócios mais sólidos da colônia, que duraria três séculos, permitindo-lhes transladar milhões de africanos ao Brasil e, deste modo, absolver a maior parcela do rendimento das empresas açucareiras, auríferas, de algodão, de tabaco, de cacau e de café, que era o custo da mão-de-obra escrava.“ Aos negros devemos não só a construção das cidades coloniais, mas a introdução das técnicas de mineração. Em razão de seus cálculos, o autor concluiu que “um total de 6.352.000 escravos importados entre 1540 e 1860.”


O terceiro capítulo do livro é simplesmente primoroso. Usando uma escrita envolvente e absolutamente envolvente, Dacy Ribeiro narra as Guerras do Brasil e os descaminhos da Empresa Brasil. “O conflito interétnico se processo no curso de um movimento secular de sucessão ecológica entre a população original do território e o invasor que fustiga a fim de implantar um novo tipo de economia e sociedade. Trata-se, por conseguinte, de uma guerra de extermínio.” Os capítulos desta guerra são conhecidos: guerra entre portugueses e índios que não aceitaram o jugo luso (Revolta dos Tamoios); guerra entre colonos e jesuítas que defendiam os índios; guerras entre lusitanos e caboclos (Cabanos); guerra entre negros fugidos e senhores de escravos (Palmares) e guerras entre pobres e fazendeiros (Canudos).


Todos os conflitos referidos e detalhados pelo autor tinham um único propósito: possibilitar a exploração da Empresa Brasil. “No plano econômico, o Brasil é produto da implantação e da interação de quatro ordens de ação empresarial, com distintas funções, variadas formas de recrutamento da mão-de-obra e diferentes graus de rentabilidade. A principal delas, por sua alta eficácia operativa, foi a empresa escravista, dedicada seja à produção de açúcar, seja à mineração de ouro, ambas baseadas na força de trabalho importada da África. A segunda, também de grande êxito, foi a empresa comunitária jesuítica, fundada na mão-de-obra servil dos índios. Embora sucumbisse na competição com a primeiro, e nos conflitos com o sistema colonial, também alcançou notável importância e prosperidade. A terceira, de rentabilidade muito menor, inexpressiva como fonte de enriquecimento, mas de alcance social substancialmente maior, foi a multiplicidade de microempresas de produção de gêneros de subsistência e de criação de gado, baseada em diferentes formas de aliciamento de mão-de-obra, que iam de formas espúrias de parceria até a escravização do indígena, crua ou disfarçada.”


Um pouco mais adiante, o autor esclarece que sobre as três esferas empresariais “... pairava, dominadora, uma quarta, constituída pelo núcleo portuário de banqueiros, armadores e comerciantes de importação e exportação.” Ninguém deve estranhar a semelhança entre o Brasil deste início de século XXI e o descrito por Darcy Ribeiro. O setor bancário ocupa o topo da pirâmide econômica (auferindo da União 150 bilhões de juros ano), logo abaixo vem o agronegócio voltado para a exportação baseado no latifúndio produtivo, em que a produção mecanizada é complementada pelo trabalho braçal remunerado com salários baixíssimos. A grande maioria dos brasileiros de hoje é paupérrima, exatamente como foram seus antepassados.


A ocupação territorial posterior à invasão lusitana ocorreu em função da exploração econômica colonial. Até bem pouco tempo a urbanização era incipiente. “As cidades e vilas da rede colonial, correspondentes à civilização agrária, eram, essencialmente, centros de dominação colonial criados, muitas vezes, por ato expresso da Coroa para defesa da Costa, como Salvador, Rio de Janeiro, São Luis, Belém, Florianópolis e outras.” O interior foi ocupado lenta e paulatinamente em função da necessidade de obtenção de mão-de-obra indígena, da incorporação de novas áreas à exploração comercial e a busca de ouro, prata e pedras preciosas. Durante vários séculos o Brasil foi um país essencialmente agrário. A intensificação da urbanização ocorreu apenas no século XX e mesmo assim não acarretou uma substancial modificação da estrutura sócio-econômica.


“Em nossos dias, o principal problema brasileiro é atender essa imensa massa urbana que, não podendo ser exportada, como fez a Europa, deve ser reassentada aqui. Está se alcançando, afinal, a consciência de que não é mais possível deixar a população morrendo de fome e se trucidando na violência, nem a infância entregue ao vício e a delinqüência e à prostituição. O sentimento generalizado é de que precisamos tornar nossa sociedade responsável pelas crianças e anciãos. Isso só se alcançará através da garantia de pleno emprego, que supõe uma reestruturação agrária, porque ali é onde mais se pode multiplicar as oportunidades de trabalho.”


Estas palavras otimistas devem ter soado mal ao próprio autor. No parágrafo seguinte ele acrescenta que não “...há nenhum indício, porém, de que isso se alcance. A ordem social brasileira, fundada no latifúndio e no direito implícito de ter e manter a terra improdutiva, é tão fervorosamente defendido pela classe política e pelas instituições do governo que isso se torna impraticável.”


Dacy Ribeiro faz uma longa dissertação sobre a deterioração urbana e alerta. “Hoje em dia é o crime organizado como grande negócio que cumpre o encargo de viciar e satisfazer o vício de 1 milhão de drogados. Quem quiser acabar com o crime organizado, deve conter o subsídio ao vício dado pelos norte-americanos.”


Após dar detalhes sobre cada uma das classes sociais brasileiras o autor frisa que essa “...estrutura de classes engloba e organiza todo o povo, operando como um sistema autoperpetuante da ordem social vigente. Seu comando natural são as classes dominantes. Seus setores mais dinâmicos as classes intermediárias. Seu núcleo mais combativo, as classes urbanas. E seu componente majoritário são as classes oprimidas, só capazes de explosões catárticas ou de expressão indireta de sua revolta. Geralmente estão resignadas com seu destino, apesar da miserabilidade em que vivem, e por sua incapacidade de organizar-se e enfrentar os donos do poder.”


A distância entre as classes ricas e as pobres sempre foram e ainda são abissais no Brasil. “Essas diferenças sociais são remarcadas pela atitude de fria indiferença com que as classes dominantes olham para esse depósito de miseráveis, de onde retiram a força de trabalho de que necessitam.” Em seus estudos e pesquisas Darcy Ribeiro notou que a “...classe dominante bifurcou sua conduta em dois estilos contrapostos. Um, presidido pela mais viva cordialidade nas relações com seus pares; outro, remarcado pelo descaso no trato com os que lhe são socialmente inferiores.”


Em razão da mestiçagem “...mais do que preconceitos de raça ou de cor, têm os brasileiros arraigado preconceitos de classe. As enormes distâncias sociais que medeiam entre pobres e remediados, não apenas em função de suas posses mas também pelo seu grau de integração no estilo dos grupos privilegiados - como analfabetos ou letrados, como detentores de um saber vulgar transmitido oralmente ou de um saber moderno, como herdeiros da tradição folclórica ou do patrimônio cultural erudito, como descendentes de famílias bem situadas ou de origem humilde - opõe pobres e ricos muito mais do que negros e brancos.”


Quando chegam ao Brasil a partir do final do século XIX os imigrantes europeus encontram um país socialmente estruturado em todo território nacional. Sua única opção foi a integração cultural e, em razão dela, a paulatina miscigenação. “Não ocorre no Brasil, por conseguinte, nada parecido com o que sucedeu nos países rio-platenses, onde uma etnia original numericamente pequena foi submetida por massas de imigrantes que, representando quatro quintos do total, imprimiram uma fisionomia nova, caracteristicamente européia, à sociedade e à cultura nacional, transfigurando-os de povos novos em povos transplantados.”


Apesar de algum dinamismo econômico o Brasil não deslancha em razão da preservação de sua arcaica estrutura sócio-cultural. A oposição entre os interesses do patronato empresarial, de ontem e de hoje, e os interesses do povo brasileiro” freiam o pleno desenvolvimento do país. Segundo Darcy Ribeiro as classes dirigentes brasileiras são muito parecidas aos consulados romanos, pois ao longo de séculos tem agido “...como representantes locais de um poder externo, primeiro colonial, depois imperialista, a que servem como agentes devotados e de quem tiram sua força impositiva.” Em razão deste característica consular a elite econômico-financeira do Brasil não se sente responsável “... pelo destino da população que, a seus olhos, não constitui um povo, mas uma força de trabalho, ou melhor, uma fonte energética desgastável nas façanhas empresariais.”


O magnífico, profundo e bem escrito livro O POVO BRASILEIRO tem ainda dois capítulos. No quarto Darcy Ribeiro percorre as entranhas da história do país para esmiuçar as principais características e façanhas do Brasil crioulo, do Brasil caboclo, do Brasil sertanejo, do Brasil caipira e dos Brasis sulinos (gaúchos, matutos e gringos). No último usa toda sua eloqüência e maestria para escarafunchar os destinos do país. Mas como já dei ao leitor um panorama geral da obra fico por aqui. Para obter informações adicionais sobre Dacy Ribeiro e sua obra consulte http://www.fundar.org.br/ .


Saiba quem foi Leonel Brizola


Saiba quem foi Leonel Brizola

Leonel de Moura Brizola nasceu em 22 de janeiro de 1922 no povoado de Cruzinha, que pertenceu a Passo Fundo (RS) até 1931, quando passou à jurisdição de Carazinho (RS). Seu pai, o lavrador José de Oliveira Brizola, morreu na Revolução Federalista de 1923, lutando nas tropas de Joaquim Francisco de Assis Brasil, que combatiam os republicanos de Borges de Medeiros.

Alfabetizado por sua mãe, Onívia de Moura Brizola, começou na escola primária em 1931, em Passo Fundo. Em 1936, matriculou-se no Instituto Agrícola de Viamão, perto de Porto Alegre, formando-se técnico rural em 1939. Nessa época, trabalhou como graxeiro numa refinaria em Gravataí (RS).

Em 1940, mudou-se para Porto Alegre e obteve emprego no serviço de parques e jardins da prefeitura. Para continuar seus estudos, matriculou-se no Colégio Júlio de Castilhos para fazer o curso supletivo. Em 1945, começou a cursar engenharia civil na Universidade do Rio Grande do Sul, formando-se em 1949.

PTB

Simpatizante do presidente Getúlio Vargas, Brizola ingressou no PTB em agosto de 1945, integrando o primeiro núcleo gaúcho do novo partido. Em 19 de janeiro de 1947, ele foi eleito deputado estadual, participando da elaboração da Constituição gaúcha. O PTB, que tinha a maioria na Assembléia, aprovou (com o apoio de Brizola) a instituição do regime parlamentarista no Estado --governado por Válter Jobim, do PSD--, mas o STF decidiu que essa decisão era inconstitucional.

Em 1º de março de 1950, Brizola casou-se com Neuza Goulart, irmã do então deputado estadual João Goulart. O padrinho do casamento foi o próprio Getúlio Vargas --que, em 3 de outubro, foi eleito presidente da República. No mesmo pleito, Brizola foi reeleito deputado estadual. Em março de 1951, Brizola tornou-se líder do PTB na Assembléia Legislativa e pouco depois se candidatou a prefeito de Porto Alegre. Perdeu o pleito, em 1º de novembro, por pouco mais de 1% dos votos.

Em 1952, ele foi nomeado secretário de Obras do governador Ernesto Dornelles (PTB). Dois anos depois, foi eleito deputado federal pelo PTB em outubro de 1954. Tomou posse na Câmara em 1955, mas ficou pouco tempo na Casa: em outubro de 1955, foi eleito prefeito de Porto Alegre. Sua gestão foi marcada pela construção de escolas primárias e melhoria dos transportes coletivos na cidade.

Em outubro de 1958, foi eleito governador gaúcho, com mais de 55% dos votos. Empossado em janeiro de 1959, criou a Caixa Econômica Estadual e adquiriu o controle acionário do Banco do Rio Grande do Sul. Criou a Aços Finos Piratini e a Companhia Riograndense de Telecomunicações e pressionou o governo federal a instalar uma refinaria no Estado. Encampou a Companhia Telefônica Rio-Grandense, uma subsidiária da ITT. No setor de educação, construiu 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios e escolas normais.

Em 1960, apoiou as candidaturas do general Henrique Lott (PSD) à Presidência e de João Goulart (PTB) para vice. Lott perdeu, mas Goulart foi eleito vice de Jânio Quadros.

Ideologia

A história do Rio Grande do Sul e do menino pobre se misturam no perfil intelectual de Leonel Brizola.

Além da herança trabalhista de Getúlio Vargas, Brizola cultuava a tradição republicana e laica de Júlio de Castilhos (1860-1903), ex-presidente (o equivalente a governador) do Rio Grande do Sul.

''No exílio, ele andava sempre com um manifesto de Júlio de Castilhos no bolso', diz João Carlos Guaragna, antigo colaborador.

Em 1986, ao receber do economista Roberto Mangabeira Unger alguns livros sobre ciência política, Brizola foi à estante e voltou com um volume que resumia o ideário de Castilhos.

"Vamos fazer uma coisa: eu leio os seus (livros) e você lê o meu", disse para Unger, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Os clássicos do pensamento socialista nunca desfrutaram do mesmo prestígio. Brizola comparava o marxista a alguém que trabalha com um microscópio, que "enxerga a molécula de uma folha mas não distingue a floresta".

Pensamento

Embora de origem católica, Brizola deixa transparecer outra marca do passado: a influência do pastor metodista Isidoro Pereira.

Ainda adolescente, Brizola morou na casa de Isidoro durante dois anos. Chegou a fazer pregações na igreja do pastor.

"As falas do Brizola são recheadas de imagens rurais, de inspiração bíblica. Ele fala através de parábolas", comentou certa vez o então vereador Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio e atual senador do PT.

Ante eventuais contestações ao domínio que exerce no PDT, Brizola costumava utilizar uma de suas imagens favoritas. Dizia que os dissidentes estão "costeando o alambrado" referência aos bois que estão prestes a ultrapassar as divisas de uma fazenda.

Em dez anos, pularam a cerca da fazenda de Brizola, entre outros, todos os quatro últimos prefeitos do Rio: Saturnino e Jamil Haddad (ambos foram para o PSB), Marcello Alencar (hoje no PSDB) e César Maia, eleito pelo PMDB e atualmente no PFL.

Se Isidoro significou para Brizola o acesso a um conhecimento mais cultivado, as primeiras letras, diz ele, com orgulho, aprendeu com a própria mãe.

Oniva era a viúva do maragato José Brizola, morto em 1923 na luta contra os chimangos de Borges de Medeiros, então no poder no Rio Grande havia 20 anos.

Em 1936, Brizola ganha uma passagem da prefeitura de Carazinho e vai estudar em Porto Alegre, onde trabalha como engraxate, trocador de farmácia e ascensorista.

Ingressa no curso de Engenharia da Universidade do Rio Grande do Sul em 1943, mesmo ano em que se filia ao PTB.

Deputado estadual já em 1947, Brizola conclui o curso só em 1949. Jamais exerceu a profissão. Optou pela política.

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LEONEL BRIZOLA NETO DEFENDE PROFESSORES EM PLENÁRIO!

LEONEL BRIZOLA NETO DEFENDE PROFESSORES EM PLENÁRIO!
DISCURSO DO VEREADOR LEONEL BRIZOLA NETO (PDT) - Líder do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, proferido no dia 09/09/2009, publicado no DCM do dia 10/09/2009.-Estava pensando aqui como começaria o meu discurso, mas, às vezes, uma foto vale mais do que palavras. E, olhando para esta foto divulgada - não sei se a câmera da TV Câmara pode mostrá-la - em todos os jornais, em todos os sites da Internet, acredito que esta foto vale mais do que qualquer palavra, mais do que qualquer justificativa.

Quanto vale um professor? O que significa um professor na nossa vida? Por que é tratado dessa maneira? Hoje, o salário de um professor no Estado do Rio de Janeiro está abaixo do salário do gari da COMLURB - não que o gari mereça ter um salário baixo, pelo contrário, mas com certeza, a desvalorização do profissional de Educação neste Estado é algo gritante, é algo criminoso. Esta foto, realmente, mostra o despreparo das nossas autoridades para lidar com a simples situação de manifestação. É inconcebível que um policial aponte a arma para um professor, é inconcebível que o Governador do Estado jogue bomba e bala de borracha. E se matasse um professor ou um estudante? Poderia ter acontecido...
Esta foto foi clara, poderia ter acontecido. Lembro bem que o meu avô Leonel Brizola, quando os professores reivindicaram um plano de salário e carga horária, foi ao sindicato conversar com os professores. Ele chegou vaiado, mas saiu aplaudido, porque teve a coragem de conversar pessoalmente com os profissionais de Educação e de mostrar a eles qual era o seu objetivo como Governador do Estado. Não ficou só na promessa eleitoreira, que tanto ouvimos o Governador Sérgio Cabral proferir em sua campanha. Olha, Sr. Presidente, a vida é feita de acertos e equívocos, e aprendemos muito com os nossos erros. Eu já errei muitas vezes na vida, sou jovem, mas, particularmente, eu me arrependo de um erro que cometi, e que levo como ensinamento para o resto da minha vida. No segundo turno das eleições passadas, apoiei o Governador Sérgio Cabral com a condição simples de haver a retomada do plano de educação integral dos CIEP's, que o povo carinhosamente chama de Brizolão. Fomos lá, à solenidade, eu e meu irmão hoje, Deputado Federal Brizola Neto, em frente ao Brizolão Tancredo Neves, e o Governador abraçou a gente e disse: "Este é o nosso compromisso com a Educação." Ele usou meu nome, e eu lhe digo, Governador, que me arrependo de ter votado no senhor. Se existe algum equívoco que eu tenha cometido nesta vida, foi o de ter abraçado essa ideia. Mas que sirva de exemplo, pois como pode uma pessoa querer se reeleger tratando o trabalhador de baixa renda à base de chicote, como vimos no episódio da SuperVia? (...) Acho que a foto resume mil palavras: é assim que o Governador trata o professor. Ele deveria lembrar que, se ele tem o conhecimento que tem, foi graças aos professores que teve. Se o filho dele hoje tem capacidade, foi graças aos professores que teve em sua vida. Todos nós chegamos onde estamos graças aos professores que tivemos. Há uma frase de Albert Einstein que diz: "Entre querer o mundo e querer um professor, se você quiser ficar com o mundo, você vai ficar sem o professor, mas se você quiser ficar com o professor, você pode ganhar o mundo."
Então, isso é inaceitável! O Governador deveria ter a humildade de ir ao Sindicato dos Professores e pedir desculpas. Ele deveria dizer: "Desculpa, não foi essa a minha intenção. Eu quero, sim, parabenizar os professores pela coragem de ir à rua protestar e manifestar seu direito, porque seu plano de carreira iria ser tragado e o salário seria cada vez menor." É público e notório que só através de uma Educação de qualidade o Brasil poderá competir com as grandes nações do mundo. Só através de uma escola pública laica, democrática, onde o magistério e o professor são valorizados, o Brasil poderá se portar como uma grande nação. Vendo o resultado da análise de nossas escolas e universidades, é claro que as melhores colocadas foram as federais, aquelas em que os professores são qualificados, com mestrado e doutorado. Então, é inadmissível que o salário do professor aqui no Estado do Rio de Janeiro seja menor que o salário mínimo criado pelo Presidente Lula, que será de R$ 509,00. Aliás, existe uma contradição. É pena que o líder do PT não esteja aqui porque eu queria perguntar a ele sobre esse apoio do PT ao Governador do PMDB, que massacra o trabalhador de baixa renda. De um lado, o Presidente Lula constroi um milhão de casas populares, estatiza o petróleo... O petróleo, realmente, será nosso, caso contrário estaríamos colhendo o malefício plantado pelo PSDB, que privatizou a Petrobras, entregou parte da Petrobras ao estrangeiro. Se hoje a Petrobras administrasse, eu ficaria feliz (...) Não dá para retomarmos totalmente a Petrobras porque hoje a maioria dos acionistas é estrangeira e recomprar todas estas ações não seria possível, o preço subiria e seria um grande prejuízo. Essa é a defesa do Governador do petróleo do Rio de Janeiro? Ele defende as multinacionais que patrocinam seu governo. Basta ver que ele terceiriza tudo em seu governo! Basta ver que ele era desse partido que vendeu a soberania nacional! Por isso, o Governador Leonel Brizola, lembro aqui, pediu o fuzilamento do Sr. Fernando Henrique! (...) Está aí o malefício que estamos colhendo do PSDB. Esta aí o entreguismo em nosso país! Esse partido, para mim, não é um partido, mas um banco. É um "leão de chácara" do imperialismo na América Latina. Esse é o papel do PSDB, e é de lá que o Sr. Cabral saiu, é de lá que veio essa ideologia. Por isso ele trata o professor dessa maneira. Cabral, tem um governador lá atrás que também trabalhava para eleger seu próximo e sentou "o cacete" nos professores. Não foi eleito! Era o Moreira Franco, com o qual o senhor é muito parecido. Sr. Presidente, encerro dizendo ser inaceitável. Que venha o senhor governador pedir desculpas em público. Não é dessa maneira que se trata um professor. O professor deve ser valorizado em nosso país! Ele é de suma importância para o desenvolvimento dos nossos jovens, das nossas crianças.
Muito obrigado, Sr. Presidente

Cristovam e nossos caminhos estratégicos


Cristovam e nossos caminhos estratégicos
sexta-feira, 19 setembro, 2009 às 00:25

hipotecas_subprime“Sem a reorientação para a economia do conhecimento, com produtos decorrentes do avanço científico e tecnológico, vamos fazer a aceleração dentro do mesmo modelo. Continuaremos produzindo carros e importando os robôs, fabricando remédios produzidos com fórmulas importadas, com médicos competentes usando equipamentos vindos do exterior. Será o “subdesenvolvimento avançado”, nas palavras do deputado Brizola Neto. Ficaremos para trás em relação ao mundo que já fez seu desenvolvimento científico e tecnológico. “

O trecho acima faz parte do artigo de Cristovam Buarque, publicado hoje no Jornal do Commercio, de Pernambuco e reproduzido aqui, no blog do Senador . É, como todos os seus textos, boa leitura.

Cristóvam saúda a saída da crise transitória, mas pede uma reorientação de caminhos, para que saiamos da crise social e ecológica que - com ou sem crises pontuais - vem se aprofundando. Tem toda a razão, embora não se possa, em nome do futuro, desprezar os progressos e vitórias do curto prazo.

Ao contrário, precisamos fazer deles as ferramentas para moldar um futuro diferente. É por isso que saúdo estas vitórias do hoje, de olho no amanhã. Vejam o caso do pré-sal. O “bilhete premiado” , como dele já se disse, não é para ser gasto perdulariamente, bem advertiu o presidente. Dele, temos de fazer educação de qualidade, criar o desenvolvimento científico e tecnológico e a defesa de nossa natureza - inclusive, nela, das fontes de energia renováveis que, ao contrário do petróleo, não têm um fim anunciado.

A natureza é preciosa demais para ser malbaratada. Mesmo quando precisamos tirar algo dela, é preciso que isso nos renda o máximo de benefícios. Ontem, na entrevista ao Valor, Lula diz bem que não podemos exportar minério de ferro barato para comprar - ou deixar de vender - aço caro.

O projeto que apresentei - com a cooperação e a solidariedade de Cristovam - para que o dinheiro do pré-sal que irá para a educação seja destinado a um sólido programa de dar qualidade e atenção integral à criança nas escolas brasileiras é uma destas ferramentas para transformar a seiva do presente em frutos para o futuro.