domingo, 7 de novembro de 2010

Vereadores mobilizados em três frentes

Amizade entre prefeitos de Itaguaí e Seropédica é considerada decisiva para definição de polêmica sobre fronteira

A aproximação entre os prefeitos de Itaguaí, Carlo Busatto Junior, e de Seropédica, Alcir Fernando Martinazzo, é considerada pelos vereadores itaguaienses como o principal fator que pode dar um fim a uma polêmica sobre a fronteira, que se arrasta desde que o território original foi desmembrado em duas municipalidades. As manifestações nesse sentido tomaram conta de parte da sessão da terça-feira (26). “Se nesse momento, que temos um ex-colega dessa casa, com o entendimento que tem com Charlinho, essa questão não for resolvida, nunca mais será”, salientou o vereador Nisan Cesar. “O entendimento entre os prefeitos vai ajudar a resolver as questões territoriais em Piranema”, opinou o presidente da Câmara Municipal, Vicente Rocha. Um pouco menos otimista está o vereador Carlos Kifer. “Há uma trégua boa, mas a guerra ainda não terminou”, disse ele, com a autoridade de vereador mais aguerrido na luta pela devolução do território aos domínios itaguaienses.
O misto entre a expectativa positiva dos vereadores Nisan e Vicentinho, de um lado, e o ceticismo parcial do colega Kifer, de outro, levou a Câmara Municipal de Itaguaí a eleger três caminhos a seguir. O primeiro deles depende do pleno entendimento entre Charlinho e Martinazzo, que, no entanto, poderia esbarrar nos compromissos que este último tem agora como chefe do Executivo Seropedicense, como bem observou o vereador Kifer. Não havendo êxito nessa instância, a via seria a judicial. “Devemos ir ao Martinazzo, num gesto de elegância do Legislativo, saber se ele mudou a ideia que tinha quando sentava aqui conosco. Caso ele tenha mudado, vamos correr atrás do que é nosso”, ponderou Nisan.
Kifer também sugeriu a criação de uma Comissão Especial no âmbito legislativo para tratar do assunto. E citou o deputado federal reeleito, Felipe Bornier, e o senador Francisco Dornelles como possíveis alvos de investidas dos vereadores de Itaguaí em favor dos domínios do município. Por fim, o vereador Vicentinho disse que vai recorrer ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Zveiter, na tentativa de resolver a questão.

Aterro preocupa
Para além da questão territorial, o vereador Carlos Kifer já aponta em outra direção, referindo-se à polêmica área. “O aterro fica em território de Itaguaí. Antes de se discutir se ele traz impactos ao meio ambiente é preciso dizer que ele fica no município”, insiste Kifer, sinalizando que a polêmica sobre a presença do aterro sanitário na região pode aumentar ainda mais. “O Inea concedeu a licença levando em conta que o aterro é em Seropédica”, lembra.
Havendo uma decisão judicial a favor de Itaguaí, a cidade herdaria automaticamente autonomia sobre o território, e, consequentemente, a responsabilidade pelo destino do empreendimento, hoje motivo de um imbróglio entre a Prefeitura de Seropédica e os empreendedores.

Jornal Atual

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